Setembro Amarelo: os sinais de alerta para a saúde mental e como identificar um pedido de ajuda
Tema da campanha de 2024 é: ‘Se precisar, peça ajuda!’
O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.
No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).
Todos os anos, uma das principais campanhas anti-estigma é o Setembro Amarelo. Neste ano, o tema da iniciativa é: “Se precisar, peça ajuda!”.
Em entrevista ao Terra Você, a psicóloga da Clínica Mantelli, Lizandra Arita, explica algumas estratégias de prevenção do suicídio e reforça como a conscientização e a educação pública são ferramentas poderosas na nessa jornada.
A especialista conta que prevenção do suicídio envolve uma série de ações que podem ser implementadas tanto em nível individual quanto coletivo. Entre as estratégias mais eficazes estão:
Educação e treinamento: Profissionais de saúde, professores e líderes comunitários devem ser treinados para identificar sinais de alerta e oferecer apoio adequado. Esse treinamento ajuda a detectar precocemente aqueles que estão em risco e a encaminhá-los para o tratamento necessário.
Acesso a tratamento psicológico e psiquiátrico: Facilitar o acesso a tratamentos de saúde mental, como terapia e medicação, é essencial. Muitas vezes, o suporte psicológico pode ajudar a pessoa a encontrar novas formas de lidar com suas dificuldades emocionais.
Redução do acesso a meios letais: Regulamentações que dificultam o acesso a métodos comuns de suicídio, como armas de fogo e substâncias tóxicas, são comprovadamente eficazes na redução das taxas de suicídio.
Promoção de ambientes seguros e acolhedores: Escolas, locais de trabalho e comunidades devem promover um ambiente seguro, onde as pessoas se sintam apoiadas e acolhidas. Programas de inclusão e suporte emocional podem fazer uma grande diferença.
Campanhas de conscientização: Iniciativas como o Setembro Amarelo são fundamentais para educar a população sobre o suicídio, reduzir o estigma e encorajar aqueles que estão sofrendo a buscar ajuda.